terça-feira, 5 de outubro de 2010

restantes dias do Projecto B em setembro 2010

Segundo dia - a relação com o outro

Vaguear pela sala ao encontro de uma parte do outro e tomar consciência da minha parte como um prolongamento se tratasse….

Estou de frente para o outro e tenho de descobrir o que o outro corpo necessita e o que o meu corpo pode oferecer ao outro….

Podemos encontrar Beleza nos outros corpos?

No dar, encontrei o calor emanado do outro, leveza só para fim e senti como respirava o outro corpo como se fosse um prolongamento de mim…queria estar na posição do outro ….

No receber, senti os dedos do outro a percorrer a minha pele senti as minhas partes do corpo mais tensas a serem tocadas …Afagar nas carícias e relaxar a pele…

Adorei a 4 e 5º parte quando estivemos todos juntos a encontrar a beleza nos outros corpos e a música dengosa ajudou os corpos a se libertarem….

E o percurso de A------B, com o nosso par em que a música ajudava, como o outro fosse o nosso prolongamento.

Terceiro dia - a importância da respiração para a minha tomada de consciência de que eu existo e como posso controlar as minhas emoções mais básicas…

Sentir uma parte do nosso corpo que respira como se a coxa da perna fizesse o mesmo que o ventre… foi maravilhoso conseguir dirigir a minha concentração para um determinado sitio. Mais difícil foi fazer com duas e três partes do corpo… o cérebro ficou baralhado e não conseguia pensar…senti que fugia ao meu controle mas deixe-me ir no embalo da sensação…

Também nesse dia, tive de aplicar os conhecimentos aprendidos nos meus movimentos com música e sem ela…

Na acção, o meu corpo sentiu o movimento fluir com a respiração e a dança aconteceu simplesmente de dentro para fora …foi um momento muito sentido e muito interiormente percorrido…apetecia-me ver-me a dançar…mas tive as sensações de quem me observou…

No observar os outros, o que mais me fez sentir, foi quando os rostos mudaram com as sensações do que é respirar, o que é estar com eles próprios no seu âmago…os rostos ficam mais expressivos e é belo ver a transfiguração do corpo e ai ele torna-se Belo…

O que os outros disseram das suas experiencias… “ tive prazer de ouvir a minha respiração …a relação da cor com a respiração…quando penso na respiração tenho mais dificuldade de a realizar…”

Sentir o presente, no aqui e agora, sentimos o nosso centro interior em ligação ao nosso corpo físico; sentir a transformação dos outros…

No quarto e quinto dias foi a experimentação de tudo o que nos foi proposto percorrer…

Procurar a beleza num sitio ou objecto impensável de se ter… o meu grupo encontrou a Beleza num caixote do lixo multifacetado: fazia sons, era um robot humanizado, tinha muitas utilidades uma delas era espelhar o reflexo dos nossos corpos que foram fotografados e relembravam paisagens aquáticas ,seres estranhos no prolongamento dos nossos seres.

No quinto dia, em grupo tivemos que oferecer a um outro grupo o nosso projecto, que antes tivemos que o desenvolver… Recebemos também um outro projecto “ E se a Beleza andasse de mão dada com o silêncio?

O silêncio tem níveis, difícil de atingir, como se sente o silencio…e como o ligamos (estado mais perto de nós). Surgiu palavras como vazio, serenidade, devagar e o toque na pele. E depois foi executar as propostas escolhidas numa performance. Foi escutar em silêncio o meu próprio gesto e o gesto sentido do outro como de mão dadas se tratasse…quebra-se o silêncio com um suspiro!

Partilhar com vocês

o trabalho da Mafalda Cancela, também ela uma participante B.

http://www.vuelvevisibleloinvisible.blogspot.com/

terça-feira, 28 de setembro de 2010

dia 4 na procura da beleza

saímos da zona da teresa.
proposta para grupos: encontrar a beleza aonde não fossemos.
fico com jesus e joão.
decidimos: o caixote do lixo.
(des)cobri-lo,
suspense,
contradição...

resultado: performance "o sopro da criação"!

passos:
entramos com o objecto na sala de ensaios,
carregamo-lo indiferenciadamente,
mas intencionalmente,
joão apanho o sopro,
passa por todos,
meto dentro do objecto,
contemo-lo,
o objecto ganha vida,
deitamo-lo cuidadosamente,
fazemo-lo respirar,
acompanhamos,
dou o último fôlego,
terminamos matando o objecto.

dia 3 na procura da beleza

dedicámo-lo à respiração,
semáforo do bem-estar,
instrumento fundamental.

ali, voltei a recordá-la,
a chamá-la para junto de mim,
permitindo que ela me tomasse, me guiasse e acariciasse,
num mergulho no meu eu.

respiro,
movimento,
vivo,
situo,
inspiro,
penso,
desconcentro-me,
desisto.

encho-me de ar,
arrisco,
parto de novo,
expiro,
una,
inspiro,
situo,
movimento,
expiro,
vivo,
adoro,
inspiro,
situo,
movimento,
sítio e movimento,
sítio e movimento,
sítio e movimento...

mas quem vem primeiro?
o movimento ou a respiração?!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desafio B

A todos os Belos (como lhes chama a Célia):
. Porque o acto de criação é mais belo e intenso quando partilhado;
. Porque é fascinante descobrir-me através do outro;
. Porque a beleza do olhar do outro me mostra o que o meu não consegue ver;
. Numa tentativa de chegar “nesse lugar mais dentro onde só chega quem não tem medo de naufragar”;
. Porque o Blogue não me chega;
Fica aqui o desafio B: um encontro semanal para criar e continuar a descobrir e experienciar Projectos B. Alguém alinha?

No silêncio do meu corpo | 5 dias de Projecto B

Surgiu como uma aventura, um desafio…
Um sentir na pele o desejo de experimentar.
E o impulso ganhou a corrida, pelo que, quando abri os olhos já lá estava.
Se tinha dificuldade em explicar porquê ir, muito mais dificuldade tenho agora, em explicar o que aconteceu.
Não tenho palavras…
Fecho os olhos e ainda sinto no meu corpo a melodia desses dias.
E apetece-me ficar assim, no silêncio, a sentir o que o meu corpo guardou.
Descobrir-me / Descobrir o outro/ Descobrir-me no outro.
E nos pequenos espaços vazios, cruzei-me com a BELEZA!
Sei apenas dizer que durante 5 dias habitei um espaço com muita melodia, suavidade, magia, sensualidade, descoberta, criação, intensidade, aventura, ousadia, muita BELEZA e cumplicidade. Ah! A cumplicidade…
Como me fascinou a cumplicidade!
E se a beleza se esconde na cumplicidade?
A todos, estou muito grata!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

dia 2 na procura da beleza

ao explorar o corpo do outro,
permitindo que se manifeste em mim,
copio,
repito,
amplio,
contrario,
diminuo,
conheço novas partes em mim.

no trabalho a pares,
enquanto corpo explorado,
sem receio permito tudo,
deixo que o meu corpo passe a ser do outro,
possibilito/dificulto o seu conhecimento de mim?
enquanto exploradora do corpo do outro,
aprecio o reflexo de um sobre o outro,
e, há momentos que creio existir um só corpo.

na viagem de dois corpos,
pensando num como a extensão do outro,
respeito sobretudo o movimento do outro,
ocupo espaço,
prolongo a acção,
esqueço os preconceitos.

se reconheço beleza no(s) corpo(s) do(s) outro(s)?
reconheço, pois!
lamento apenas fazê-lo raras vezes.

alguém diz "o corpo é a minha casa"
para habitá-lo verdadeiramente
e nele reconhecer beleza,
sejamos, então, generosos connosco...

dia 1 na procura da beleza

desde logo, desconstruir o conceito
ignorar regras, o que está instituído,
buscar uma nova teoria da coisa, integrando-a.

sentir de todas as formas, sinestesicamente...

entre nós e naquele espaço,
descubro o jogo,
sigo-vos e copio-vos,
desapareço e apareço no espelho e atrás da tela,
acelero e afrouxo.
avalio o tacto e o que este provoca em mim,
prefiro as superfícies irregulares às lisas,
e sinto os dedos e os pés a descolar do chão.
ouço outras músicas,
alguém arrasta os pés,
outros batem os calcanhares,
todos com ritmos diferentes.
por fim, aprecio o nosso desconcerto nesta procura.

em mim, percorrendo todo o meu corpo,
descubro contrastes,
rígido e mole,
pequeno e amplo,
suave e duro.
corpo que não se rende ao desiquilíbrio!
corpo definido e infinito!
corpo em movimento, sem intenção!
todo o meu corpo dentro de mim.

alguém diz "voltar a mim",
assim seja...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aceitar

Descobrir a viagem ao interior de nós mesmos....
o que vêm para além de que os nossos olhos possam ver...
somos um viajante explorador e podemos desenhar os nossos próprios mapas com as linhas do nosso corpo ,as rugas , as veias , os meridianos ...
Então como se procura a Beleza?
Procura que o nosso interior se possa manifestar; na poesia dos seres e das coisas e ser nós mesmos e não querer ser o outro...

Procura do corpo através do teu próprio toque...gostei de sentir as minhas partes pontiagudas ( nariz,cotovelo,joelho, tornozelo e dedos) sobre uma superfície côncava ( palma da mão ,a frente do cotovelo).

Descobrir as partes do corpo através do movimento...Estava sentada, fechei os olhos e senti embalada pela música clássica assim me soou e deixei-me ir e senti a repetição dos movimentos com a cabeça , as mãos e pés mas não conseguia roda-los ao mesmo tempo nem com a mesma intensidade. A musica invadiu o meu corpo pela bacia e toda a dança se manifestava daí para todo o corpo... foi uma sensação nova para mim . fez sono e relaxei ...

o que ficou do grupo que achei lindo...
....todo o meu corpo dentro de mim... o corpo à margem da minha vontade... um corpo grande demais...
Cartografia dos objectos belos dentro da sala de ensaios...

o fio dos estores que desenham as suas formas redondas ,que acontecem por acaso devido ao seu comprimento e se espalham no chão, com o redondo cair dos panos das cortinas... com o emaranhado dos fios eléctricos enrolados pela mão do homem em contraste com os círculos concêntricos perfeitos do tecto ( saída de som ou entrada de novo ar ?) com os nós concêntricos e os mais naturais da madeira . contrastes e paralelismo.

o que ficou do grupo...
sentir na mão o pó de giz com a macieza do lápis de cera e o seu cheiro ,olhar o corpo etéreo para além do vidro da sala e olhar o corpo físico dentro da sala , ver o movimento subtil da cortina ao toque da mão ,conforme esse toque aumenta a sua amplitude como de um movimento cardíaco se tratasse, a terra no céu -a terra dura ,áspera a pedra do granito e o céu leve e macio da parte que brilhava.


"Expor-se é existir , é revelar-se ao mundo com todos os seus predicados" Giorgio Agamben

Vivemos sempre em busca...

“Vivemos sempre em busca...
Buscamos a tudo, a todo o tempo!
O amor perdido, a riqueza almejada, o respeito necessário...
E o que procuramos verdadeiramente?
Não sei?!?!
Porém, nesta corrida frenética e constante pela conquista, nos cegamos para o real.
Para as coisas que realmente Fazem a diferença em nossas vidas.
Sábio é o homem que valoriza o comum, o habitual.
Pois é do pequeno que se chega ao grande.
Tudo o que há de grandioso não se concretizaria sem o pequeno!!!
Penso, que a verdadeira busca necessária
É a busca pelo aprendizado;
Somente através dele poderemos valorizar o que realmente importa para nossas vidas.
Porém, não há busca sem sofrimento, nem felicidade sem dor.
É preciso sentir a dor para gratificar-se pelo alívio.
Faça como o sábio...
Olhe para dentro de si e descubra que a felicidade é um estado de espírito.
Sinta-se feliz
E verás a real beleza da vida!!” Autor desconhecido

O Aleph - Filipe Costa



"Na parte inferior do degrau, à direita, vi uma pequena esfera furta-cor, de quase intolerável
fulgor. A princípio, julguei-a giratória; depois, compreendi que esse movimento era uma ilusão
produzida pelos vertiginosos espetáculos que encerrava. O diâmetro do Aleph seria de dois ou três
centímetros, mas o espaço cósmico estava aí, sem diminuição de tamanho. Cada coisa (o cristal do
espelho, digamos) era infinitas coisas, porque eu a via claramente de todos os pontos do universo."

exerto de "O Aleph", de Jorge Luís Borges



Num pequeno conto de Luis Borges, um escritor argentino, foi me dado a conhecer o Aleph, um pequeno ponto por baixo de uma escada velha, um pequeno ponto que concentra todo o universo, tudo o quanto nele possa existir, sem o misturar.
Borgues foi ficando progressivamente cego, mas sua obra é cheia de imagens, mentais, mas não menos claras e nitidas por isso. O universo dele é habitado por espelhos e labirintos. Ele foi obrigado a fechar os olhos para ver mais além.

Ontem, vi várias pessoas a procurar o seu Aleph, o ponto escondido nas costas, o coração no braço, o corpo a deixar de ser estranho...ontem, sem obrigação, decidiu-se fechar os olhos, e tentar verdadeiramente ver.
Ontem, de certa forma, ganhei consciência da beleza, ganhei consciência da sua ausência, não a descobri, tão pouco me aproximei de tal. Mas, procurando-a, torna-se óbvia a sua ausência.
 O meu Aleph ontem foi a descoberta de um espaço novo, aparentemente vazio, ou que talvez contenha todo o meu universo, não sei. Mas a consciência da ausência convida-me a construir no escuro.
Aceito o convite.

domingo, 19 de setembro de 2010

Bem Vindos ao Projecto B


Maria, Júlia, Maria Rosa, João, Célia, Marta, Tatiana, Rosana, Anabela e outros que cheguem de surpresa...

um abraço B

Teresa

quarta-feira, 26 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sobre o Projecto B

O Projecto B, em desenvolvimento desde Janeiro de 2009, é um projecto de pesquisa, experimentação, sensibilização e criação coreográfica cuja força motriz é a procura da beleza, “lugar em comum” entre os seus intervenientes.

Propositadamente estendido no tempo, envolve ateliers, conversas e outras actividades que visam estabelecer uma relação de partilha, troca e enriquecimento mútuo.

Interessando-se, pois, pela visão, planos e estratégias que cada um pode criar para que a procura B possa ter lugar, ele será, por fim, um álbum, uma colecção dos processos, experiências e vivências de todos aqueles que, permanente ou temporariamente, dele fizeram parte.

O Projecto B não pretende definir o que é a beleza, mas gostaria de contribuir para relembrar a sua importância: relembrar e despertar são parte dos seus objectivos. Despertar para quê? Para o âmago – de mim, de ti (de nós) e de todas as coisas. Procurar, no fundo, a essência: perceber o que acontece no ser quando se procura este contacto e o que pode ser criado a partir dessa experiência.


“na terra a olhar o céu” é o primeiro de dois objectos coreográficos a serem criados no âmbito do projecto.

“A procura b tem-me levado a investir em mim de forma mais cuidada e carinhosa. Tem-me possibilitado conhecer novas pessoas e organizar novos eventos. Tem-me feito viver outras dinâmicas de relação que poderiam ser representadas
com o símbolo <------>. Tem-me deixado perceber que, apesar das diferenças, também existem semelhanças e lugares universais. Tem-me trazido diferentes encontros e tem-me revelado que cada um deles tem algo para me dar, cabendo-me a mim descobrir onde se encontra essa dádiva. Tem-me permitido dar, receber e devolver.

Sorrio com o percurso realizado.
Identifico no mapa o país b e admiro como tem vindo a criar a sua própria geografia.

Este projecto é
sobre todos aqueles que comigo
arriscaram aventurar-se
e acreditar numa ideia –
uma ideia que se calhar não serve para coisa nenhuma
mas que nos move.”

Teresa Prima


Agradeço a todos aqueles que procuraram comigo.
Dedico o Projecto B ao Sri Aurobindo e à The Mother.


@Isabel Costa

Ficha Artística

Autoria e interpretação – Teresa Prima
Colaborador artístico – António Lago
Desenho de luz – Diana Pimenta
Assistência de ensaios – Isabel Costa
Assistência de produção - Olga Almeida
Figurinos – Manuela Ferraz
Design: José Pelicano
Gestao de Projecto- PI- Produções Independentes

Agradecimentos: Paulo Duarte sj, Maria Lemos, Serafim Prima, Arte e Simplicidade,
Rui Rodrigues, Eurobotânica e a todos os convidados do Ciclo de Conversas com pessoas sentadas em círculo.

Colaborações: Adishakti Laboratory of Performing Arts, Teatro Maria Matos, D´Space

Projecto financiado por - Ministério da Cultura/ Direcção Geral da Artes (2010)

Co-Produção- Núcleo de Experimentação Coreográfica, Balleteatro, Centro Cultural Vila FlôrProjecto criado no âmbito do “Serviço Permanente”/NEC

sábado, 20 de março de 2010

Ana Isabel F, Impressões

PROJECTO B

não haver atrito
não julgar

sentir nada e tudo ao mesmo tempo. foi procurar, talvez encontrar mesmo que por breves instantes.
foi sentir, ter consciência.
ver, ouvir, observar cada parte e ouvir o todo.
viagem ao infinito
tranquilidade sobrenatural
às vezes o esforço doía mas ainda assim, deixas-te levar
reunificação
acordar estanto enebriada pela mente
despertar e simultâneo sono em que o que interessa é o nada, o zero, a ausência e a consciência dessa ausência
o que és tu ? és belo ? porque não ? o que é o belo ?

a beleza faz parte do dia-a-dia, ou talvez não. esta em todas as pequenas e grandes coisas, at´r no ar ? em tudo, até no feio, tornando-o sublime.
quando me relacciono com o belo tento absorvê-lo ao máximo, usufrui-lo e se possivel interpretá-lo.
é pena que tal so seja ‘’possível’’ com a beleza-standart e não com tudo o que nos aparece à frente.

paz vs conflito
mais entrega
sossego
mundo interior
instantes
toque
som
cheiro
cor
mutação
evolução
liberdade
poder
respirar

estará nos actos? não em coisas mas em nós próprios ou em acções? ver a mafalda mexer nos cabelos era isso: não era ver a mafalda, nem os seus cabelos. era ver a mafalda deleitada a mexer nos cabelos.
ver a lâmpada por si só pode parecer ôco (?) mas ver a lâmpada e interagir com ela pode ser mais interessante.
e ouvir e sentir e ver.
ser mero expectador. Será que só observando a beleza é que esta surge ? só procurando-a, experimentando-a ?
ou já existe ? ou é a junção destas duas coisas ? é procurar
expectar. E não deixar de sentir.
mas que sentimentos serão os mais belos ? haverá sequer beleza nos sentimentos ? eles são resultado da nossa interacção com algo logo poderão ser eles próprios beleza?
e se tudo for beleza ?
mas o que é belo ?
existirá sequer ?
ou é uma necessidade humana para escapar à monotonia da realidade ?
humana ? mas os animais também pressentem beleza. Nem que só nos cheiros, nas cores também. Pelo menos é o que no odisseia se diz. É assim que escolhem os parceiros…

ou será a beleza transformação ?

voar
receber
flutuar
relaxar
joelhos NÃO! (o filipe e a eduarda estavam a tocar-me nos joelhos, e eu precisava de tudo menos disso !)
mais consciência do corpo, de outros musculos
libertação
segundos que demoram a passar
tocar brincar mexer olhar absorver perceber libertar

e se o meu corpo encontra beleza quando me rendo ?

vida. Beleza na interacção aparentemente inexistente
estado puro
diálogo sem palavras e mesmo sem gestos. Sem pretenções, intenções
Estar, existir. Sentir que estava mesmo ali, e quem estava ali
básico da existência
esquecer tudo e render-me
fundir-me com tudo o que me rodeia
silêncio confortável puro e decididamente e assumidamente presente.
estar por estar
ser e respirar
não pensar e ainda assim existir

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quinta Sessão

Proposta: E se a beleza está no instante em que nos rendemos?
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Descobri que: "[Me] sinto bem ao tocar e ser tocado; sinto-me vivo. Quero fazer algo, mas depois apercebo-me que já não quero. Mostro que quero e espero."
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3 coisas que que ficam das 2 ultimas sessões:
1- Processo: aquilo que está aberto à mudança. O ser humano é um sistema aberto.
2- Relações: eu não estou separado dos outros. Devo ser capaz de ver diferença onde há semelhança e ver semelhança onde há diferença.
3- Ser Total: viver implica integrar emoção, pensamento, fisicalidade e influências sociais.
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E a agora? Não sei qqual é a minha zona!!
Gostava de continuar a trabalhar com o grupo.
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Sérgio

sábado, 20 de fevereiro de 2010

uma conversa

Uma conversa que surgiu que levou à reflexão e eclarecimento acerca de qual é o papel dos observadores das sessões, entre outros assuntos.
Que tipo de olhar? Olhar para vêr o quê? Quando olho, o que procuro reparar, notar, anotar, dar valor?
Assim, em primeira análise surgiram-me alguns destes “olhares” possíveis, ainda que, pela natureza deste projecto penso que podemos deixar que a intuição nos conduza esse olhar, que deixemos que nos chegue o que tiver de chegar, podendo depois ir ajustando a procura e feedback consoante as necessidades específicas de cada momento.
Alguns aspectos a serem observados:
- que tipo de indicações são dadas para cada exercício e que enunciados proporcionam um melhor entendimento da proposta
- testemunhar o percurso individual de cada participante e de que forma é que ele se desenrola.
- que características de presença aparecem em determinados estados
- que princípios estão por trás dessas qualidades de presença
- de que formas um possível espectador se poderia relacionar com estes “objectos”
- que experiências reais me acontecem a mim enquanto observo, para onde é que a minha imaginação é levada
- que relações faço com outras situações, objectos artísticos, pensadores, histórias da vida, etc.
- entre tantas outras coisas que nos vêm à mente e que podemos anotar e partilhar se nos parecerem pertinentes...

maria lemos

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Algumas ideias que ficam...

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Gostaria de expor algumas ideias que fui retendo das sessões que tivemos até ao momento.

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1º A palavra "beleza" é apenas um rótulo para definir a essência das coisas. E o que é a essência das coisas? É quando se tira tudo o que é supérfluo. E o que é supérfluo? Será tudo que nos impede de experienciar o momento presente. E o que é o momento presente? É tudo. Nada existe a não ser um eterno momento presente. O momento presente é a beleza. Veremos "beleza" se conseguirmos experienciar este processo interminável.

António Variações relata, numa música, a angústia de não conseguir viver o momento presente:

"Esta insatisfação

Não consigo compreender

Sempre esta sensação

Que estou a perder

Tenho pressa de sair

Quero sentir ao chegar

Vontade de partir

P’ra outro lugar"

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2ºAceitação: parece ser um requisito para a plena vivência do momento presente. O que é a aceitação? É a inexistência de atrito, o "deixar fluir", o "libertar-se dos bloqueios". Que tipos de bloqueios existem? Existem pelo menos 3 tipos de bloqueios: 1) biológico (ex. uma deficiência motora pode impedir a expressão através de certos movimentos); 2) Psicológico (ex: se tiver medo de mostrar quem sou, vou restringir a minha expressão) e 3) Social (ex: o racismo/idadismo/sexismo podem ser impedimentos à expressão).

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3ºO Amor como Atitude. Há quem lhe chame de Amor incondicional, isto porque não há condições que possam afectar a pessoa que nutre tal afecto. Parece que é muito difícil amar assim, mas talvez não seja impossível porque outros já o conseguiram. O amor como atitude não tem um objecto especifico (como o amor romântico, fraternal, etc.) porque tudo que existe é objecto desse sentimento.

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Sérgio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

2a sessão do Ciclo de conversas com pessoas sentadas em círculo

A 2a sessão do Ciclo de conversas com pessoas sentadas em círculo acontece na próxima 5a feira às 19.30 no NEC, desta vez os convidados serão: Manuel de Souza Falcão (História da Arte (FLUP) e Artista Visual), Ana Luísa Amaral (Poeta)e Rui Penha (Compositor).
A conversa será moderada por Paulo Duarte sj.

http://www.youtube.com/watch?v=cGkIsR5zH1A

2º dia do atelier

Exercício 1
Eu, que observo, sou também levada por essa escuta tranquila que acalma os pensamentos, envolvida pelo som, pela voz que vai enumerando com um tempo próprio as diferentes partes do corpo, e pela imagem constante dos corpos deitados no chão.

Fico sempre surpreendida uma vez e outra e outra perante o quanto a dança dá a vêr relativo ao que se passa no interior. É tão evidente por vezes a transição entre o fazer superficial ou o fazer entregue, digamos. Por ser um assunto tão delicado e de tanta subtileza é-me bastante difícil encontrar as palavras que mais apropriadamente descrevem a experiência.

A beleza aqui, neste exercício, não reside, penso eu, naquilo que se pretende projectar, uma vez que essa faceta não é foco da atenção dos participantes, mas no que ressalta e se torna visível resultado de uma experiência íntima com o próprio corpo.

Exercício 2
Escrevi apenas: pequenas descobertas tornam-se delícias, primeiro só nossas, depois partilhadas.
(é belo? ou é bom? ou é engraçado? Mais do que a coisa em si é a expeiência que tenho da coisa)

Exercício 3: E se a beleza já se encontrar aqui?
Deixar ecoar a questão no corpo: a possibilidade de usar este momento para encontrar respostas experienciais à pergunta, respostas que se actualizam a cada instante.

Aproveito para dizer também um obrigada aos participantes e à teresa mpor poder testemunhar as vossas descobertas pessoais neste dia...

maria lemos

domingo, 7 de fevereiro de 2010

BEM VINDOS!


Olá Participantes do 3º Atelier de Pesquisa Coreográfica Projecto B.
Será a estreia deste Atelier para um público não profissional do espectáculo, estou mesmo muito curiosa de onde me/nos vai levar esta viagem.

Este espaço e tal como todo o resto do Projecto B, espera que se apropriem dele.

Bom mergulho!

Teresa